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FEBRE OROPOUCHE

Por Tatiane Ferri em 08/04/2024 às 11:13:25

MT registra 11 casos confirmados da Febre Oropouche em menos de um mês e capital entra em alerta - https://momentoplaymt.com.br/noticia/13477/mt-registra-11-casos-confirmados-da-febre-oropouche-em-menos-de-um-mes-e-capital-entra-em-alerta.html


Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá emite alerta sobre risco de Febre Oropouche - https://www.cuiaba.mt.gov.br/


A Febre Oropouche (FO) é uma doença causada por um arbovírus (ou seja, doenças causadas por vírus que são transmitidos por artrópodes, como mosquitos e carrapatos) do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae. O Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados no Brasil, principalmente nos estados da região Amazônica.


A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente por mosquitos. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do mosquito por alguns dias. Quando esse mosquito pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.


Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:

  • Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
  • Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O maruim (Culicoides paraensis) é o principal transmissor. Ocasionalmente, outras espécies de mosquito também podem estar envolvidas nesse processo – como o pernilongo ou muriçoca (Culex quinquefasciatus).


Os sintomas da Febre Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya: dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia. Neste sentido, é importante que profissionais da área de vigilância em saúde sejam capazes de diferenciar essas doenças por meio de aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais e orientar as ações de prevenção e controle. A maioria dos casos de febre oropouche cursa com boa evolução clínica. Mas há a possibilidade de evolução para casos graves, com manifestações hemorrágicas e acometimento neurológico. Uma das possíveis complicações dessa doença é a meningoencefalite, que corresponde a uma infecção no cérebro e nas meninges.

O diagnóstico de febre oropouche é feito com base nos sintomas do paciente, na história epidemiológica e nos exames laboratoriais. No início da doença, o diagnóstico pode ser realizado a partir de testes que identificam a presença do vírus, como o PCR. Já em quadros clínicos mais tardios, pode ser realizada a sorologia (ou seja, a pesquisa de anticorpos produzidos em resposta à infecção). Ambos os procedimentos dependem da coleta de uma amostra de sangue do paciente.


Importante: Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.


Para prevenir a febre oropouche, é necessária a adoção de medidas para evitar o contato com mosquitos. Portanto, recomenda-se:

  • Evitar áreas onde há muitos mosquitos, se possível.
  • Usar roupas que cubram a maior parte do corpo e aplique repelente nas áreas expostas da pele.
  • Manter a casa limpa, removendo possíveis criadouros de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.
  • Se houver casos confirmados na sua região, siga as orientações das autoridades de saúde local para reduzir o risco de transmissão, como medidas específicas de controle de mosquitos.


Importante: Em caso de sintomas suspeitos, procure ajuda médica imediatamente e informe sobre sua exposição potencial à doença.

Tatiane Cristina Ferri – Biomédica Responsável pelo Laboratório Labac / Campo Verde-MT


Labac
Casa do Construtor

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